Você sabia que o costume de incluir vasos com plantas na decoração é muito antigo?
Os oleiros, muito antes da era cristã, rodavam o barro em um disco de madeira e, com as mãos, faziam jarros e vasos que, depois de secos ao sol, eram utilizados para armazenar cereais, estocar óleo e vinho, transportar água e conservá-la fresca, cozinhar e até usá-los como penicos. No Antigo Egito, os vasos eram utilizados também para guardar órgãos retirados dos cadáveres durante o processo de mumificação. Estes eram feitos, além da argila tradicional, de madeira, pedra e alabastro e existem gravuras que comprovam que não eram utilizados apenas para essas funções, digamos, um tanto fúnebres, mas também com plantas, no interior de casas egípcias, 300 anos a.C. Os arqueólogos descobriram evidências de que, da mesma forma, os chineses, por volta de 3000 a.C, cultivavam plantas em recipientes para ornar suas residências.
As ânforas de argila eram imprescindíveis para o transporte de mercadorias por todo o Império Romano, entretanto nessas fábricas de cerâmicas, como não poderia deixar de ser, trabalhavam artesões habilidosos e muitos deles decidiram incursionar no mundo das artes confeccionando peças decorativas, destinadas a decorar os palacetes da época. Isto é evidente nos achados arqueológicos de Pompeia, destruída em 79 d.C., pela erupção do Vesúvio, onde foram encontradas provas do uso de plantas mantidas em vasos de terracota.
Oleiro em Niñodaguia, Ourense, Espanha.
Séculos mais tarde as plantas de interior tornaram-se populares na época Vitoriana. Era um passatempo bastante comum dedicar um tempo ao jardim e preservar plantas vindas do Novo Continente, como era chamada a América, para decorar as salas durante os invernos ingleses. A moda pegou e hoje os decoradores incluem este elemento nos projetos tanto residenciais como comerciais.
Mas atenção, os vasos utilizados em um ambiente interno devem harmonizar com o design. Cores, formas e materiais precisam estar sintonizados com os ambientes e as plantas deverão funcionar como complementos da ambientação e não como algo que se manifeste de modo desproporcionado.
É importante destacar que as plantas que cultivamos dentro de casa são seres vivos e não podem se transformar em reféns das nossas pretensões. Por isto é um dever moral cuidá-las de maneira que nos proporcionem prazer. O mesmo prazer que elas devem sentir convivendo conosco.
Autor: Raul Cânovas