Nesta época de chuvas o canto das cigarras, às vezes meio monótono, outras meio irritante, é comum em todo o Brasil.
Depois de permanecer entre quatro a dezessete anos, dependendo da espécie, embaixo da terra, sugando a seiva das raízes para atingir a maturidade, os machos, e somente eles, emergem e cantam esgoeladamente para atrair as fêmeas, que são silenciosas. Por incrível que pareça esse ruído agudo pode atingir até 120 decibéis.
O aparelho sonoro deles é formado por duas cavidades na parte ventral do corpo, entre o tórax e o abdômen. A maior esta em comunicação com o exterior e a outra, escondida dentro de uma membrana, se contrai de modo rápido e continuo, vibrando e emitindo o som característico. Todo esse conjunto funciona afinadamente, como se fosse uma cuíca.
A crença de que a cigarra “explode” é um mito, a “casca” que vemos, pressa ao tronco das árvores, é o exoesqueleto do inseto que fez a última muda ou ecdise, concluindo sua forma adulta. Antigamente se acreditava que o canto era um prenuncio de chuvas, contudo não há uma relação comprovada com este fato.
As cigarras têm poucos predadores, na fase adulta são atacadas por alguns pássaros e, quando ainda ninfas, embaixo da terra, servem de alimento ao tatu e aos besouros e formigas.
O conjunto de musica regionalista gaucha “Os Monarcas” compuseram esta letra:
“Mas eu não nego, de saudades me desmancho,
sinto sua falta nessas tardes de verão,
no arvoredo resta o canto das cigarras
e nos meus pelegos umas manchas de batão”.
Autor: Raul Cânovas