madressilva, madressilva-da-china, madressilva-dos-jardins, madressilva-do-japão
Quando Carlos Gardel cantava: “… Madreselvas en flor que me vieron nacer y en la vieja pared sorprendieron mi amor…” na minha santa inocência de argentino, um tanto imodesto diga-se de passagem, pelo menos naquelas épocas de juventude, acreditava que a madressilva era tão argentina quanto o próprio tango gardeliano. Quando descobri que era chinesa, confesso que senti uma decepção, talvez o primeiro dos tantos desenganos patrióticos que, naturalmente, acometem a todos os mortais.
Mesmo depois desse equívoco continuei gostando dela, afinal de contas a inocente trepadeira nada tinha a ver com meu ufanismo. Porém, lembro dos pátios portenhos sombreados por ela. Lá é plantada nos pergolados, nas cercas das casas ou cobrindo treliças amparadas por velhos muros coloniais. Seu perfume é inebriante, não somente no sentido poético, mas também real, ao ponto de ser imprudente plantá-la próximo das janelas dos quartos. Por se tratar de uma espécie de crescimento rápido e vigoroso, independente do solo, deve-se tomar cuidado com as plantas que crescem por perto, já que sua expansão é realmente grande, tanto com apoio para subir em alambrados como no chão, onde sem demora cobre grande superfícies, motivo pelo qual em vários países é considerada invasora.
Entretanto seu cultivo deve ser feito onde os invernos são mais rigorosos, aproveitando assim tudo seu esplendor.
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