E se comemorássemos com chuvas de pétalas o rei momo?
No Equador as celebrações carnavalescas datam de antes da chegada do cristianismo. Contam que a nação Chimbos, dos índios huarangas, festejavam a chegada da segunda lua jogando flores de orquídeas, de drabas amarelas e com pétalas de cabreras e também água perfumada.
Outras festas similares acontecem em várias regiões do país, que faz fronteira com Colômbia e com Peru, onde as pessoas se disfarçam com máscaras pintadas e dançam animadamente. Tradicionalmente as festas começam com a eleição do carnaval Taita (o Pai Carnaval) que, do mesmo modo do que o rei Momo comanda a folia nas ruas de cada cidade.
Os festejos mais celebrizados pelo povo são em Guaranda, província de Bolívar e em Ambato, província de Tungurahua. Nesta última, as festas são chamadas de Fiesta de las Flores y de las Frutas (Festival das Flores e Frutas). Em outras cidades também se revivem a tradições do carnaval com desfiles multicoloridos, como em Azogues onde o Taita Carnaval é sempre uma indígena cañaris vestida para as celebrações.
Em Barranquilla, Colômbia, fazem a “Batalla de las Flores” (batalha das flores), que dá início ao carnaval quatro dias antes da quarta feira de cinzas. O costume remonta a 1903 quando personagens característicos, como: Moñitas, rey Momo, caiman-hombre e Maria, passaram a representar os dias de folguedo. Carros alegóricos com homens e mulheres fantasiados de anões de cabeças grandes e roupas com capuz, acompanhados por blocos de dança, desfilam sua alegria pelas ruas dessa cidade caribenha, com uma rainha do carnaval que não se cansa de jogar flores na turma que assiste contagiada pela farra.
Na Europa desde o século 16, há um badalado carnaval realizado geralmente antes da Quaresma, onde as pessoas dançam, comem e vestem suas fantasias. O Carnaval de Nice é há tempos uma das mais renomadas festas do gênero. Sempre em fevereiro, durante duas semanas, mais de um milhão de mulheres e de homens – franceses e turistas do mundo inteiro – se reúnem nas ruas barulhentas presenciando os desfiles imponentes. É tradição o Rei do Carnaval anunciar o início da folia e fechá-la. No entanto é a célebre batalha de Flores que acontece na Promenade des Anglais, perto do famoso Palais de la Méditerranée que deslumbra com um espetáculo, onde lindas mulheres jogam milhares de flores aos espectadores, enquanto os carros alegóricos e com gigantes figuras de papier-mâché, fantasticamente decorados, continuam com a procissão.
Até no Haiti, apesar da tragédia de 2010, quando um terremoto deixou um rasto de destruição e morte, celebram O “Kanaval de Feur” (carnaval de flor), mas em julho, recebendo a primavera
Autor: Raul Cânovas