Luanda pulou de 2,7 milhões de habitantes, em 2005, para mais de 4 milhões hoje. Por esse motivo, na última quarta-feira, 18 de agosto, o Governo Provincial de Luanda (GPL) anunciou um programa de arborização da cidade.
Vista de Luanda, capital de Angola
A medida, segundo Sílvio Alvarenga, responsável pelo departamento dos serviços comunitários de Luanda, é necessária devido à crescente densidade populacional e visa conscientizar os angolanos sobre a importância das árvores para o meio ambiente.
De acordo com Alvarenga, o programa envolverá atividades de sensibilização e de divulgação da atividade florestal urbana em programas de rádio, escolas do ensino básico e outras instituições públicas. Ele acredita que os munícipes precisam ter a cultura de plantar e conservar as árvores para uma melhor preservação do equilíbrio ecológico da região. O programa inclui a fiscalização de podas e depredação de mudas.
A riqueza arbórea desse país é notável. Quatro anos atrás, quando projetei uma área verde para um bairro em Luanda, consegui usar 89% de vegetação nativa nesse empreendimento. Lembro de algumas de uma beleza impressionante:
Erythrina abyssinica, kaffir-boom
Kigelia pinnata, árvore-da-salsicha
Acacia seyal, acácia-seyal
Cola acuminata, noz-de-cola
Além de outras, como:
— Cassia angolensis, cássia-angolana
— Spatodea nilótica, tulipeiro-de- gabão
— Ficus lyrata, fícus-pandurata
— Dombeya nairobensis, astrapéia-lilás
— Anthocleista macrophilla, árvore-couve
— Cordia abyssinica, cordia-africana
— Tamarindus indica, tamarindo
— Pavonia schimperiana, algodão-da-vizinha
— Bauhinia pertesiana, bauínia-branca
Alem dessas árvores, utilizei palmeiras nativas, como o dendezeiro, e dezenas de arbustos originários da região como: mussaendas, dracenas-confeti, babosas, tumbergias, flamboyants-de-jardim e muitos outros.
A ex-colônia portuguesa é hoje um país estável, depois de uma guerra que durou quarenta anos. É rica em diamantes, petróleo, minério de ferro, cobre e outros minerais. Sua agricultura tem como culturas mais representativas o café, a cana-de-açúcar e o sisal. Sua população precisa se reencontrar com as tradições de seus numerosos grupos étnicos: ovimbundos, umbundus, congos, bakongos luimbés e imbés nianecas, além de outras minorias. A preservação da flora é um modo de preservar os valores culturais.
Acho que isso pode incentivar ações, aqui, no nosso país, para promover projetos de arborização adequados às necessidades de cada cidade.
Faço votos.
Autor: Raul Cânovas