Por Raul Cânovas
Às vezes me pergunto: até que ponto o prazer influencia o trabalho de alguém que, profissionalmente, tem uma atividade criativa? Será que a função do criativo é fundamentalmente dar prazer, dar alegria e conforto à seu cliente? Eu, sinceramente, acho que é pouco.
O hedonismo excessivo que se contenta apenas com o requinte, transformando tudo em um “mar de rosas”, é pobre, conceitualmente falando. Qual seria, por exemplo, a vantagem de se ter um jardim apenas bonito? Abarrotado de plantas caras, mas vazio de sugestões, insípido e sem aquele estímulo que nos obrigue a procurar, de um modo sensato, aquilo que algum dia nos transforme em sábios, não apenas do saber, mas especialmente, sabedores do que há… além do jardim.